Eu Amo...

Amo como todos os que se aventuram
Sofro como todos que amam
Pois o vasto campo de tal sentimento
É cercado por todos os lados
É inerte por todos os dados
Por todos os donos, usados
É como a terra que enterra e vive

Amo sofrer pelo plágio
Dar a mim o sentimento alheio
Roubar e doer com o outro
Na platonicidade crua
Despir os clichês que nos cobrem
Linchar a pele sedenta, nua
Me arrisco na mesmice
E encontro – com espanto – minha glória

Amo arder na geleira das paixões
Derretem no dia seguinte
Fundem e fodem na mesma tigela
Assim fecho os olhos e sinto-me fera
Entre a selva vermelha de fios
Entro e me vejo em alívio
Ávido vício, ácido vínculo
Dentro me perco, me ganho, te amo.

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