Dor...

Palavra tão difícil de aceitar e tão fácil de se sentir.. .
Dor tem muitos significados: a primeira grande dor é quando uma relação termina e temos que nos acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, com a rejeição… visto que ainda estamos tão encriptados na dor que não conseguimos ver a luz ao fim “do túnel”; a segunda é quando vemos que a luz ao fim do túnel esta tão próxima que quase parece que a tocamos num modo tão real e tão sincero…
No entanto, a dor mais desconcertante, e mais dilacerante é a dor física… a falta dos beijos, a falta dos abraços, dos toques de sedução e o mais importante: de deixarmos de ser amados.
Contudo, quando esta fase passa, há outra: a despedida e o abandono de outrem, ou seja, a dor de abandonar tudo aquilo que sentimos em relação ao OUTRO – a dor de esvaziar o coração, de remover a saudade…
Nisto tudo, há tanta gente que reclama de não se conseguirem desprenderem de alguém, só que no entanto, elas não querem mesmo desprenderem-se daquele amor, sendo ele retribuído ou não, pois ele tornou-se uma lembrança de um estado de espírito tão belo e de uma experiência tão vivida… que passou a ser um valor tão inestimável.
Cada vez mais se torna próprio do ser humano tornar-se logicamente alegre e disponível, faz parte de nós, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi tão “mágico” por muito tempo? Algo que de certa forma entranhou-se em nós, e que só com muito esforço é que é possível recorda-lo como uma lembrança passada? Assim, a pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele que justificava a nossa condição humana: “eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo… mas só depois dessa despedida é que nós poderemos voltar a amar de novo…
Talvez seja possível… ou talvez não… resta esperar… sonhar que o amanhã surja e que de tudo aquilo que se sente hoje, o amanhã recorde aquilo que se sentiu ontem…

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