Quem sabe...

Quem sabe amanhã os deuses permitirão colher as flores que desejamos...
Enquanto nada acontece convém falarmos de rosas através do nosso jeito telepático, e nele evidenciar o que sentimos, mesmo que ninguém compreenda.
Em nós existe algo melhor, alguma coisa sublime que não permite que fiquemos alheios às nossas afeições, afinal, possuímos o senso da medida...
Não vamos deixar a estrada principal, o nosso caminhar é bonito, por certo encontraremos variantes com muitos atractivos para inquietar nosso objectivo ...
Quem sabe amanhã nossos olhares terão uma única direcção, assim como a luz do entardecer que sozinha irradia claridade no final do dia...
Mas, se o amanhã não chegar, se demorar a mostrar-se para o nosso mundo, e se não for possível enlaçar nos como serpentes, vamos guardar as lembranças de nosso sentimento com muito carinho, único entre tantos corpos celestes...

(Wilson de O. Carvalho)