Fenix...

Há muito tinha deixado de escrever, há muito tinha guardado tudo o que sei e o que sinto para mim…
Um amigo fez-me abrir a alma e voltar a partilhar os meus sentimentos, por mais banais que fossem com o mundo, desde uma lágrima, o esboçar de um sorriso, o sentir de um arrepio, o vibrar com a brisa fresca de uma noite de Verão, tudo merece ser relatado e transmitido, para que outros não se esqueçam de como é bom sentir…
Sentir que não estamos sozinhos, sentir que uma lágrima seja de alegria ou de tristeza, nunca é em vão, sentir que um olhar nos pode despir e deixar transparecer todos os nossos segredos, sentir que um som nos faz arrepiar ou soltar emoções, sentir que o toque da pessoa que está ao nosso lado fosse eterno…
Olhar para uma flor e querer ser tão admirada como ela, olhar para uma flor e invejar o seu cheiro, olhar para uma flor e invejar o colorido que trás à vida, olhar para uma flor e reparar que afinal que também pode magoar, que também trás espinhos…
Ouvir as ondas do mar bater forte na areia e estar distante para poder sentir-se ser abraçada por elas, ouvir o chilrear de um pássaro que teima em ter outro a seu lado, ouvir o vento a zumbir nas folhas das árvores e a sentir o bailado acima das nossas posses terrenas…
Ter na recordação o cheiro forte do café e de croissants acabados de fazer numa das viagens da nossa infância, visitar os que nos trouxeram a este mundo e sentir os cheiros que nos fizeram crescer, gostar de cheirar fragrâncias naturais que nos alertam os sentidos num campo qualquer…
Tocar num tecido fino de cetim e saber que desliza, deslizar os dedos nas cordas de um instrumento de cordas com tanta emoção que deixamos de sentir os dedos, deixar deslizar os dedos no teclado de um piano e sentir o som que sai de dentro, tocar numa rocha dura e sentir afinal não é intocável ou inquebrável, que tocar na pele da pessoa que nos ama e sentir que estamos juntos, ali mesmo…
Partilhar é apenas retribuir o que nos vai na alma e que nos faz sentir tão diferentes e ao mesmo tempo… tão iguais.

M. L. Lajes

15/07/09

DAS CINZAS DA POESIA

Ressurge uma força tamanha
Abocanhando vocábulos
Perdidos no tempo
Reúnem-se as letras e ditam elas
Regras de felicidades mil
Haverá no mundo só alegria
Desfazendo as mazelas e sofrimentos
Só a amizade e o carinho reinarão
Sob a égide do pleno amor!

Denise Severgnini