Emperro...


Silenciosas aquelas alturas em que emperro e quase não sei o que escrever… mas nunca deixo de saber o que dizer.
Queria recolher aqueles pensamentos bradados ao vento em surdina e conseguir reuni-los numa caixa. De madeira rectangular. Até podia ser antiga e cheia de histórias. Podia até estar inundada de papéis mas ali colocaria apenas aqueles pensamentos que quase têm o poder de se transformar em palavras e assim, cada vez que a caixa se abrisse sairiam todas as certezas.
A certeza do sorriso feliz e surpreso. A infalibilidade da verticalidade e a maior de todas: a certeza de que a transparência da alma é muito mais do que um véu que deixa transparecer o que se é e se sente. A caixa estaria sempre comigo.
Colocaria verniz e pregava de vez em quando novos pregos para que se mantivesse sempre forte.
Não teria chave ou cadeado mas teria uma única forma de se abrir…um modo próprio…ao alcance e digno unicamente de uma só pessoa...
Parece uma utopia, mas não é da puerilidade do pensamento que partem os sonhos?

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