Pego nas tuas mãos delicadas e trémulas, que percorrem meu corpo e beijo-as como se fossem fontes de mel... sinto desejos, vontades, calafrios...tudo fica vermelho... mas que importa a cor do desejo?..
A luz difusa do brilho reflectido que invade o quarto, ilumina a cama... faz-me ver fantasias a dançar ao som da tua voz suave que murmura sons indistintos ao meu ouvido...
Todos os sentimentos contidos, secretos, esperado e exasperado...
Toda a angústia da espera, toda a vontade de estar contigo, todos os desejos, sempre tão contidos, explodem mil vezes dentro de mim...
...derrama, esparrama e perfuma... mexe com sentimentos adormecidos... expõe a flor da vida... loucura de palpitações, brisa fresca ao amanhecer... orvalho que beija as folhas... luz do sol que ilumina os nossos dias...
Suavemente encosto o meu corpo nu sobre o teu... tão suave e leve...o doce tocar dos teus seios deliciosos!
Parece um sonho. Aquele sonho mil vezes imaginado, mil vezes desejado, mil vezes sonhado.Os meus olhos procuram os teus.
A loucura da música faz-me ver o que não há.
Como ver os teus olhos? São como os meus, certamente. Indistintos.
Um tremor, mais outro...um gemido, um grunhindo meio choroso e quente...
...ouço música... os mais puros sons que a natureza pode harmonizar numa escala crescente, decrescente... num subir e descer alucinado de corpos e vozes, num ballet louco e rítmico... tantas vezes ensaiado e apresentado sobre os nossos lençóis...

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