Devaneios e Delirios

Quando era criança, um puto irrequieto, queria ser grande, queria ser um homem.
Queria crescer.
Queria beijar, namorar, apaixonar-me, amar, conhecer os prazeres do sexo e ter ao meu lado a mulher que me faria desejá-la sempre, intensamente no minuto a seguir ao êxtase. Ao orgasmo intenso, partilhado, dividido e somado.
Este menino cresceu.
Conheceu lugares, pessoas, fez coisas, acertou, errou e jamais desistiu de concretizar os seus sonhos e as suas ambições.
E também de realmente sentir-se acompanhado.
Fui um homem sério, de responsabilidades e, com o passar dos anos, cansado de falar sobre responsabilidades, planos, bancos, casa, seguros, política e todas estas coisas que, quando as dizemos, fazem-nos parecer inteligentes e importantes.
Então este homem começou a falar de sedução, paixão e amor.
Mas não o amor que ele ouviu o padre dizer no casamento: “Até que a morte os separe”.
Até por que a morte é terminal e uma coisa feia para este menino que cresceu e que prefere falar da vida e das delicias que esta lhe proporciona.
Assim, este menino preferiu falar de sedução, paixão e amor na sua vertente da entrega, da procura, do desejo, do prazer.
Desejo, paixão e amor que mesmo sendo efémero deixa no corpo tatuado marcas e sabor de quero mais.
E foi assim que o menino, agora homem se tornou um homem de Devaneios e Delírios.
E afinal então o que mudou no menino que se tornou homem?
Mudou apenas o querer e a vontade louca de voltar a ser o menino que sonhava e acreditava que depois da próxima curva, o mundo pode ser um lugar melhor e repleto de delicias e um amor sem fronteiras ou preconceitos culturais ou existenciais.
Agora este homem sonha.
Muito prazer em conhecer!